sábado, 30 de setembro de 2017

Dicas de estudantes que se deram bem no Enem


Bem-sucedidas no exame nacional, estudantes recordam bons e maus momentos durante a preparação para a prova.
Aguardado pelos estudantes, dia de conferir o resultado das provas gera ansiedade e nervosismo


Passar no vestibular é algo realmente inesquecível para quem objetiva estudar em uma universidade. Após semanas de ansiedade, roendo unhas e atualizando os sites, finalmente chega o grande dia com milhões de alunos correndo para conferir o resultado do Enem. A data é lembrada com alívio, seja por causa de uma boa nota recebida ou simplesmente por representar o fim de um ciclo cansativo de estudos. A estudante Julia Azeredo lembra bem de como a sensação foi prazerosa. Aprovada em cinco universidades, ela faz parte do grupo concorrido de alunos que brilharam no Enem do ano passado.
Atualmente matriculada no curso de Engenharia de Produção, Julia procurou se preparar para o Enem respeitando os próprios limites, com espaço para os compromissos da escola e os eventos de sua vida pessoal, como esportes, fins de semana livres e passeios com amigos. Para a ex-aluna da unidade na Zona Norte do colégio CEL International School, preservar a saúde mental em um período tão estressante foi sempre uma prioridade.
— Nunca fui dessas alunas que exageram nos estudos e prejudicam outras áreas da vida. Sempre me organizei na escola com os horários disponíveis, e não precisei passar por esse estresse todo. Conseguia estudar e me dedicar aos simulados sem ter que fazer sacrifícios enormes. O mais importante é ir bem no terceiro ano do Ensino Médio para ter tempo de pensar no vestibular com calma — conta Julia.
'Consegui estudar sem sacrificar o resto da minha vida' - diz Julia Azevedo, aprovada em cinco universidades 
Com estilos de vida e histórias pessoais diversas, os alunos bem-sucedidos no Enem têm algumas táticas em comum. O segredo mais repetido entre eles é a maturidade para escolher um plano de estudos dentro do próprio perfil. Ao contrário de Julia, Aliria Ildefonso tentou dedicar horas de cada dia ao vestibular. Segundo a estudante, encontrar os próprios métodos permitiu que fosse aprovada no curso de Direito, em duas universidades do Rio de Janeiro.
— Somado o tempo que eu ficava na escola, estudava quase nove horas por dia. Sempre tive muito foco e disciplina, assim como tentei não criar aversão às matérias em que não era tão boa, olhando para os pontos positivos de cada disciplina. O principal, porém, é que eu organizava bem o caderno, usando até canetas coloridas para não me confundir — relata Aliria.
Mesmo com as diferenças em seus perfis de estudo, Aliria e Julia reconhecem que os educadores devem apoiar os estudantes durante o Ensino Médio, criando um ambiente de mais cooperação e menos pânico. Para Aliria, o ano de vestibular é estressante por si só, o que exige ainda mais atenção de professores com o clima das aulas.
— Nunca vou me esquecer de um professor de Física quando ele nos disse que éramos capazes. O discurso objetivo dele foi fundamental, porque muitos tentam pressionar demais. As pessoas se sentem mal com essa atmosfera angustiante. Há alunos que ficam realmente doentes. Durante o Ensino Médio, a turma pode ser unida e viver em tom construtivo. O acolhimento traz resultados muito mais positivos — pontua Aliria.
Para o professor de História Henrique Silva, o papel do educador é fazer o aluno enxergar a importância do exame sem ser mais um motivo de pressão, percebendo que o Enem é uma entre muitas provas ao longo da vida. Além disso, Henrique considera que muitas pessoas erram ao diminuir a importância da redação.
— É fundamental que os alunos se dediquem ao longo de todo o ano, mas, principalmente, que conheçam a prova. Os estudantes com bom desempenho fazem isso normalmente. O Enem é bem feito, não é conteudista e exige contextualização. Tem ainda a redação, outro ponto essencial. É difícil que alguém consiga fazer mil pontos em uma disciplina, mas na dissertação é possível. Vale a pena ter foco nisso — lembra Henrique.
As expectativas para o vestibular não são as únicas preocupações desses estudantes. A tão desejada vida universitária nem sempre é como se imagina no Ensino Médio. É comum os estudantes terem queda no desempenho por dificuldades na adaptação ao ensino superior. Segundo Julia Azeredo, as pessoas encontram obstáculos inesperados na universidade, principalmente pela falta de conhecimento sobre a experiência.
— Esperamos estudar na universidade só aquilo que gostamos, mas é muito diferente. Dependendo do colégio, temos opções como apoio escolar e monitoria. Já na faculdade tudo depende de você. Para cada duas horas de aula, tenho que estudar mais seis em casa. Tudo exige mais organização porque o volume é maior e não dá para adiar — argumenta Julia.






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